Chamada para Publicação
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REVISTA CERRADOS vol. 28, no 51, ano 2019
Chamada para Publicação
Editor Chefe: Prof. Dr. André LuÃs Gomes
A Editoria da Revista Cerrados, Qualis B1, do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de BrasÃlia (UnB), abre chamada para artigos do Volume 28, Número 51, de 2019, com dossiê dedicado à s relações entre literatura e artes e a polÃtica. Serão aceitas contribuições em português e em francês.
Data limite para envio de artigos: 30 DE AGOSTO DE 2019
Dossiê:
Artistas e criadores, entre muros e exÃlios: trinta anos de solidão [1989-2019]
Sessão livre: Literatura e artes
Organizadores deste número (51):
Junia Barreto (Universidade de BrasÃlia – UnB)
Leila de Aguiar Costa (Universidade Federal de São Paulo – Unifesp)
Antoine de Baecque (École Normale Supérieure – ENS Paris)
Gérard Wormser (Université de Rouen, Revista Sens public)
Artistas e criadores, entre muros e exÃlios: trinta anos de solidão [1989-2019]
Evento polÃtico maior, a queda do muro de Berlim em 1989, seguida da unificação da Europa, dividida entre socialista e capitalista, anunciavam para o mundo, novos ares de liberdade, de mobilidade e de criação. Entretanto, segundo a constatação de Paul Valéry por ocasião da Grande Guerra, em 1919 (La Crise de l’Esprit), “nós outros, civilizações, sabemos agora que somos mortaisâ€. Então, nos vindos tempos da internet, sem nos servir da memória disponÃvel em rede e ignorando o passado, impetramos novas guerras, inventamos os atentados terroristas, reeditamos as mais hediondas intolerâncias e imaginamos novos muros segregacionistas em plena era de globalização. Entre os conflitos e o desmantelamento da Iugoslávia, a guerra no Iraque ou os massacres em Ruanda, os atentados de 11 de setembro de 2001, que culminaram com a destruição das torres gêmeas em Nova Iorque e a morte de milhares de pessoas, firmaram um grande divisor de águas, a partir do qual o homem se experimenta, apesar da esfera pública da web, num voo solitário, temÃvel e excessivamente individualista, isolando-se, apesar dos grupos de encontro e da exposição desmedida das
redes sociais. Choque de liberdades.
No campo das artes e da literatura, o capitalismo fomentou suas marcas nos mais diferentes domÃnios e grifes de champagne e de bolsas de luxo tornaram-se os grandes financiadores de galerias e museus. A cultura, ao se tornar fator essencialmente econômico e alvo de todo tipo de isenções fiscais, fomentou o custeio do cinema e da dança (entre outros) pelas companhias petrolÃferas, bancos e empresas de todo tipo. A literatura aproximou-se do marketing em suapolÃtica de edição e relação com autores. De forma geral, assistimos a arte se servir e girar em torno de decisores econômicos. Da irreverência da Pop art dos anos 50-60, passamos à arte de Jeff Koons, atravessada pela publicidade. Da experimentação dos surrealistas, constatamos o enrijecimento dos modelos e a presença do academicismo. A arte narcÃsica vai ao encontro da folia das ‘selfies’ e da exposição de si nas redes sociais. Tal cultura narcÃsica parece incapaz de pensar o contemporâneo. O reino das ‘selfies’ revelaria, assim, a redução do mundo à sua menor expressão? Mas os contrastes são a marca dos artistas da atualidade. De um lado, a vivência em uma era de livre e fácil acesso, momento de empowerment dos sujeitos; de outro, a experiência de destituição, da expropriação, das margens expulsas do centro afetando multidões. A experiência da marginalidade e da periferia simbolizaria um fato atual de sociedade, na qual é impossÃvel pensar sob um modo unitário? Aqueles que cultivam a nostalgia de uma tal unidade se transformariam então em integristas sectários e em advogados do poder autoritário, de Daesh a Bolsonaro. Em 1989, o escritor Salman Rushdie foi condenado à morte por um regime integrista. Impedido de residir em seu próprio paÃs, decide, como Victor Hugo, nos meados do século XIX, por seu próprio exÃlio. Estariam as aventuras culturais sensÃveis da atualidade condenadas a falar desse desconforto, desse exÃlio, dessa impotência, como o fotógrafo Sebastião Salgado, o escultor Ai Weiwei, os escritores Michel Houellebecq e Atiq Rahimi, os tantos autores de quadrinhos em torno do fenômeno da imigração ou mesmo o resistente cineasta Jean-Luc Godard? Este número da revista Cerrados propõe então refletir sobre os elos possÃveis entre a literatura e as artes plásticas, fÃlmicas, dramáticas, visuais em todo gênero e os grandes acontecimentos polÃticos dos últimos 30 anos, face ao enrijecimento global das mentalidades e das instituições. Questionamos ainda como o advento da era digital e a constatação da globalização da vida, dos hábitos e das experiências humanas têm provocado forte impacto no campo artÃstico e literário – a obra dentro de uma economia substancialmente visual, assim como seus atores e agentes.
Para toda submissão de artigos é necessário se registrar no site da revista http://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/about/submissions e dispor de um identificador pessoal de pesquisador ORCID https://orcid.org/ . Ao menos um dos autores da contribuição enviada deverá ter a titulação de doutor. As normas de publicação estão disponÃveis na rubrica ‘submissões’.
Appel à contribution pour la Revue Cerrados
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REVISTA CERRADOS vol. 28, no 51, année 2019
Éditeur en Chef : Prof. Dr. André LuÃs Gomes
La Revue Cerrados de l’école doctorale en littérature de l’Université de Brasilia (UnB) lance un appel à contributions pour le numéro 51, volume 28, de 2019, dont le dossier sera consacré aux rapports et aux enjeux entre la littérature et les arts et la politique. Seront acceptées des contributions en français et en portugais.
Date limite : 30 AOÛT 2019
Dossier : Artistes et créateurs, entre murs et exils : trente ans de solitude [1989-2019]
Section libre : Littérature et arts
Organisateurs de ce numéro (51) :
Junia Barreto (Universidade de BrasÃlia – UnB)
Leila de Aguiar Costa (Universidade Federal de São Paulo – Unifesp)
Antoine de Baecque (École Normale Supérieure – ENS Paris)
Gérard Wormser (Université de Rouen, Revista Sens public)
Artistes et créateurs, entre murs et exils : trente ans de solitude [1989-2019]
Évènement politique majeur, la chute du mur de Berlin en 1989, suivie de l’unification de l’Europe, divisée entre pays socialistes et capitalistes, annonçait au monde de nouveaux souffles de liberté, de mobilité et de création. Cependant, selon le constat de Paul Valéry au moment de la Grande Guerre, en 1919, « nous autres, civilisations, savons aujourd’hui que nous sommes mortelles » (La Crise de l’Esprit). Alors, à l’époque d’internet, quand nous ne nous servons pas de la mémoire disponible en réseaux et dans l’ignorance du passé, nous provoquons de nouvelles guerres, nous inventons les attentats terroristes, nous rééditons les plus affreuses intolérances et nous imaginons de nouveaux murs ségrégationnistes en pleine époque de mondialisation. Entre les conflits et le démantèlement de la Yougoslavie, la guerre en Irak ou les massacres au Rwanda, les attentats du 11 septembre 2001, qui ont provoqué la destruction des tours jumelles à New York et la mort de milliers de personnes, furent comme une nouvelle ligne de partage des eaux : depuis lors, en dépit de la sphère publique du web, l’homme se voit comme un pilote solitaire, terrible et excessivement individualiste, qui l’isole malgré les groupes de rencontre et l’exposition démesurée des réseaux sociaux. Choc de libertés.
Dans le domaine des arts et de la littérature, le capitalisme a stimulé ses marques dans les plus différents secteurs et les griffes de champagne et des sacs de luxe sont désormais les principaux financeurs des galeries et des musées. La culture s’est transformée en secteur économique essentiellement voué à devenir le support de toutes sortes d’exemptionsfiscales : l’argent des compagnies pétrolières, des banques et de diverses entreprises irrigue le cinéma et la danse, et d’autres secteurs artistiques. Les politiques éditoriales et la promotion des auteurs ont rapproché la littérature du marketing. Plus généralement, nous voyons l’art courtiser les décideurs économiques. L’irrespect du Pop art des années 50-60 a fait place à l’art de Jeff Koons traversé par la publicité. Après l’expérimentation surréaliste, nous constatons le raidissement des modèles et le retour de l’académisme. L’art narcissique cautionne la folie des ‘selfies’ et de l’exposition de soi dans les réseaux sociaux. Cette culture narcissique semble incapable de penser le contemporain. Le royaume des ‘selfies’ ne révèle- t-il pas la réduction du monde à sa plus mince expression ? Tout au contraire, les contrastes sont la marque des artistes de l’actualité. D’un côté, ils partagent l’expérience de l’âge de l’accès libre et aisé, ce temps de capacitation (empowerment) des sujets ; mais par ailleurs, ils vivent l’expérience de la destitution, de l’expropriation et des marges expulsées du centre qui affectent les multitudes. L’expérience de la marginalité et de la périphérie symbolise-t-elle un fait actuel d’une société qu’il est devenu impossible de penser sous une manière unitaire ? Ceux qui cultivent la nostalgie d’une telle unité se sont transformés en intégristes sectaires et en avocats du pouvoir autoritaire, de Daesh à Bolsonaro. En 1989, l’écrivain Salman Rushdie a été condamné à mort par un régime intégriste. Interdit d’habiter son propre pays, il décide de s’exiler comme Victor Hugo au milieu du XIXe siècle. Les aventures culturelles significatives d’aujourd’hui sont-elles condamnées à traiter de ce malaise, de cet exil, de cette impuissance, comme le photographe Sebastião Salgado, le sculpteur Ai Weiwei, les écrivains Michel Houellebecq et Atiq Rahimi, et tant d’auteurs de bandes dessinées encrés sur les questions d’immigration ? N’est-ce pas aussi le cas du cinéma de résistance de Jean-Luc Godard ? Ce numéro de la revue Cerrados propose donc de réfléchir sur les rapports possibles de la littérature et des arts plastiques, filmiques, dramatiques et visuels de tous genres avec les grands évènements politiques des 30 dernières années, face au raidissement général des mentalités et des institutions. Nous nous interrogerons également sur l’impact des technologies numériques, de la mondialisation des modes de vie et de ces chocs historiques dans le champ artistique et littéraire, pour autant que les œuvres s’insèrent dans une nouvelle économie du visible, de ses acteurs et de ses intermédiaires.
Pour toute soumission d’articles, il faudra s’inscrire sur le site de la revue http://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/about/submissions et disposer d’un identifiant personnel de recherche ORCID https://orcid.org/ . L’un des auteurs au moins devra être docteur. Les normes de publication en français sont disponibles dans la rubrique ‘soumissions’.
II Encontro entre Telaas – 21-23 novembre
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PROGRAMME
http://fr.telaa.com.br/programme.html
Mardi 21 Novembre
14h:30 – 17h:30 – Réalisations 1 - Auditoire de l’Institut de Lettres ICC Sud/Sous-sol
Atelier de scénarios – Pablo Gonçalo (prof. UnB)
18h:00 – Ouverture - Amphithéâtre 9 – ICC Sud/UnB
18h :30 – Conférence inaugurale – L’art au temps des écrans
Thierry Raspail – Directeur du Musée d’art contemporain de Lyon ; Commissaire de la Biennale Internationale de Lyon
20:h15 – Soirée culturelle (exposition, publications, projections)
Café Livraria Bistrô Sebinho (CLN 406, bloco C, loja 72)
Mercredi 22 Novembre
08:00h Inscription des auditeurs – Amphithéâtre 9 – ICC Sud/UnB
08h:15 Ouverture
08h:30 – 12:30h Groupe de travail 1: Photographie, peinture, dessin, BD
08h:30 – 10:00h – Parler
Pause
10h:15 – 12h:30 Â Montrer
Animateur: Ciro Inácio Marcondes
Rapporteur de séance: Fernanda Paixão
Intervenants:
Joel La Laina Sene (Photographie/prof. USP)
Josafá Neves (Artiste visuel)
Adolfo Cifuentes (Artiste visuel /prof. UFMG)
Marcello Quintanilha (Dessinateur BD)
Ana Mansur (Photographie, peinture et manipulation digitale/prof. UnB)
Nobu Chinen (Chercheur BD/prof. USJT)
12h:30 – 14h:30 – Réalisations 2 - Amphithéâtre ICC Sud/Sous-sol , module 6
Atelier de Dramaturgie - Regiana Antonini (Dramaturge, Scénariste, Actrice – RJ)
14h:30 – 18h:30 – Groupe de Travail 2 – Arts urbains, Architecture, Théâtre, Performance
Amphithéâtre 9 – ICC Sud/UnB
14h:30 – 16:15h – Parler
Pause
16h:30 – 18h:30 Â Montrer
Animateur:Â Augusto Rodrigues
Rapporteur de séance: João Arthur Pugsley
Intervenants:Â
Otávio Donasci (Performance/prof. Puc-RJ)
Ricardo LuÃs Silva (Architecture / prof. SENAC)
Soneka (Artiste visuel/Graffiti)
BrÃgida Campbel (Instalations urbaines/prof. UFMG)
Lúcia Leitão santos (Architecture /prof. UFPE)
SÃlvio Podestà (Architecte)
15h-17h30 – Séance de Cinéma
Sélection des meilleurs courts du Festival Curta BrasÃlia – Auditoire de l’Institut de Lettres ICC Sud/Sous-sol
Présentation par Ana Arruda et Alexandre Costa
Jeudi 23 Novembre
08h:30 – 12:30h – Groupe de Travail 3 – Cinéma e Littérature Amphithéâtre 9 ICC Sud/UnB
08h:30 – 10:00h – Parler
Pause
10h:15 – 12h:30 Â Montrer
Animatrice:Â Â Junia Barreto
Rapporteur de séance: Daniel Lukan
Intervenants:
Philippe Sisbane (Cinéaste/France)
Eduardo Brandão Pinto (Cinéaste court-métrages/ chercheur UFRJ)
Felipe Arrojo Poroger (Cinéaste court-métrages ; scénariste)
Jacques Fux (Écrivain)
​Márcio Jr. (Produtor cultural/pesquisador UFG)
Christian Dunker (Éditeur ; Psychanalyste/prof. USP)
12h:30 – 14h:30 – Réalisations 3 - Auditoire de l’Institut de Lettres ICC Sud/Sous-sol
Workshop Histoire de la BD – Ciro Marcondes (prof. UniProjeção)
14h:30 – 18h:30 – Groupe de Travail 4 – Trames narratives et médias électroniques (TV, vidéoclips, jeux vidéo, vidéoart, réseaux sociaux, blogs e smartphones)
Amphithéâtre 9 ICC Sud/UnB
14h:30 – 16:15h – Parler
Pause
16h:30 – 18h:30 Â Montrer
Animateur: Gérard Wormser
Rapporteur de séance: Telmo Fadul
Intervenants:Â
Regiana Antonini (Actrice Rede Globo/Dramaturge)
Leandro Verassani (Game maker/Aquiris)
Ariel Kyrou (Moderne Multimédias/France) par vidéoconférence
Walter Silveira (Vidéoartiste)
André Gonzales (Directeur de vidéoclip)
Fabien Zocco (Artiste techno-manipulateur/France)
15h-17h30 – Exposition de photos – Manoel de Barros : sifflements verbaux et arrangements photographiques
Conception et mise en espace : Roberto Medina
Local : Auditoire de l’Institut de Lettres – ICC Sud/Sous-sol
    18h:45-20:15h – Conférence de clôture - Amphithéâtre 9 – ICC Sud/UnB
Les nouvelles images face aux histoires du regard : comment relier le nouveau monde technologique à l’ancien ?
Vincent Lowy – Directeur de l’École Nationale Supérieure Louis Lumière/France
Coordination générale de la Rencontre
Junia Barreto
Réalisation
Núcleo de Pesquisas e Realizações TELAA
Telas Eletrônicas, Literatura e Artes Audiovisuais
www.telaa.com.br
Facebook:Â @telaa.unb
Appel à contributions « Filles et garçons ont-ils.elles droit à un enseignement égalitaire ? »
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NOUVELLE DATE DE TOMBÉE : 15 JANVIER 2018
Filles et garçons ont-ils.elles droit à un enseignement égalitaire ?
Sens public aborde sa quinzième année d’existence depuis ses trois implantations en France, au Québec (la revue est à l’origine du laboratoire Écritures numériques1 de l’Université de Montréal) et au Brésil. L’association est membre d’Ent’revues (qui organise le Salon de la Revue2) et du consortium européen Eurozine (eurozine.com).
Notre premier dossier, La Différence des Sexes, venait d’une Université d’été de l’Association Jan Hus où s’étaient notamment exprimés Geneviève Fraisse, Jean-Pierre Vernant, Madeleine Valette-Fondo3. Les questions de parité sont passées depuis des principes aux actes. Les indicateurs et les comparaisons internationales se multiplient. Le plafond de verre vacille, mais cela n’exclut aucun retour du refoulé et des vieux stéréotypes. « J’avais à affronter quelqu’un qui était en fait un candidat de la téléréalité, auteur de commentaires sexistes et qui dénigrait des femmes », dit Hillary Clinton, constatant que les médias ont cautionné ce style agressif.
Présentant les personnalités de femmes de la période révolutionnaire, Michèle Narvaez4évoque Constance de Salm. Celle-ci s’en prend aux représentations dominantes, cautionnées par Rousseau ou les Encyclopédistes5, qui excluent les femmes du monde social au motif de leur faiblesse et émotivité supposées. Astrid de Larminat écrivait d’elle : « En 1797, elle se fendit même d’une Épître aux femmes où elle exhorte ses semblables à sortir de l’enfance. Première femme à être admise en 1795 au Lycée des Arts, institution qui avait peu ou prou remplacé les académies supprimées au début de la Révolution, elle bénéficiait alors d’un réseau d’appuis suffisant pour se permettre ce genre de déclarations, réclamant, notamment, que les jeunes filles soient instruites comme les garçons »6
Sans égalité dans l’éducation, quelle émancipation ? A propos d’un ouvrage alors pionnier sur l’égalité des sexes à l’école, Florence Rochefort écrivait : « Geneviève Fraisse laisse la parole à deux jeunes filles pour témoigner de « comment le pouvoir vient aux garçons », et plusieurs articles analysent les effets de la division sexuelle des savoirs sur les élèves eux-mêmes. (Françoise Vouillot, Marie Duru-Bellat, Nicole Mosconi). Claude Zaidman constate la reproduction des modèles traditionnels de comportement féminin et masculin à l’école primaire, mais aussi leur utilisation par les enseignants « pour faciliter la conduite de la classe ». « La mixité scolaire, conclut-elle, peut constituer un lieu d’apprentissage du respect d’autrui mais à condition de renoncer au leurre de la neutralité éducative pour une prise en compte des différences sociales entre les sexes ». Christine Keitel, mathématicienne, confirme que « l’éducation mixte formaliste, telle qu’elle est actuellement pratiquée » contribue à la « sous-participation des femmes dans les mathématiques et les professions scientifiques »7.
Le rapport du Haut conseil à l’égalité entre les femmes et les hommes (HCE F/H) reste critique : « Inconsciemment les enseignant.e.s jugent filles et garçons selon un “double standardâ€. Cela est vrai pour les performances mais aussi pour les comportements des élèves : l’indiscipline des garçons est tolérée, vue comme un comportement fâcheux mais inévitable, alors qu’elle est stigmatisée et rejetée parfois violemment chez les filles dont on attend la docilité. Le double standard joue aussi sur l’appréciation des capacités des élèves » […] Le HCE voudrait « faire de l’égalité filles-garçons une connaissance requise pour l’obtention des diplômes d’enseignant.e.s, de personnels d’inspection, de direction, des conseiller.e.s d’orientation psychologues et des conseiller.e.s principaux.ales d’éducation en intégrant le sujet dans les concours »8.
Certes, les ressources se multiplient, comme le site CANOPE9. Autre exemple, la mise en place d’un master interdisciplinaire sur les questions de genre. Nahema Hanafi indique : « Nous ouvrirons deux parcours de master 2. Le premier, « corps et biopolitique », sera centré autour du corps, des sexualités, des violences ou encore de la santé. Il est destiné à des personnes qui veulent devenir expertes de ces questions, enseigner, faire de la recherche. Le second parcours, plus professionnalisant, sera centré sur les discriminations. Il s’adresse à ceux qui veulent devenir chargés de mission égalité dans des entreprises, responsables du recrutement, qui veulent travailler dans des associations… Il y a une vraie demande de formation continue sur ces questions. »10
Mais les choses ont-elles vraiment changé ? Marie Duru-Bellat montre le contraire dans son ouvrage tout juste paru, La Tyrannie du genre11 : « Un déguisement de princesse et un aspirateur pour les filles, un château fort et une voiture radiocommandée pour les garçons… On pourrait penser qu’un choix de jouets aussi stéréotypé appartiendrait au passé. Il n’en est rien. Une sexualisation de plus en plus marquée s’observe dans l’éducation comme dans tous les domaines de la vie sociale. Ces traitements différenciés ne sont pas systématiquement perçus comme des inégalités. Ils sont justifiés par des croyances en des distinctions essentielles, d’ordre « naturel », entre femmes et hommes. Un ensemble de discours psychologisants, de normes et de symboles en découle, qui a des conséquences multiformes sur les rôles assignés à chacun et chacune. »
Comment corriger ces outrances sans reconduire l’essentialisation des rôles assignés à chacun.e ? Les avis divergent. La critique des rapports de domination s’est appuyée sur la notion de genre. Mais passer de la conscience de ces représentations à l’idée que toute prise de position renvoie à des discours genrés, cela ne présente-t-il pas aussi le risque de réduire les individus, quel que soit leur sexe, à des rôles au lieu de promouvoir l’émancipation personnelle de chacun.e ?
En d’autres termes, pourquoi et comment l’éducation (qui ne se résume pas à la scolarisation ou à la diplomation) reste-t-elle qualitativement différente pour les jeunes, fille ou garçon, alors même que le principe de l’égalité des chances devrait conduire à une éducation indépendante du genre ? Les textes pourront, au-delà d’analyses empiriques spécifiques, aborder également les débats, loin d’être consensuels, qui s’opposent sur ce que serait une société où femmes et hommes seraient véritablement égaux.
Au nom du comité scientifique international (en cours de constitution), Michèle Narvaez-Goldstein et Gérard Wormser attendent vos manifestations d’intérêt et propositions (deux pages maxi) concernant l’égalité filles-garçons dans l’éducation avant le 15 janvier 2017.
Les articles seront attendus pour le 15 mai 2018 et seront évalués avant parution. Une seconde vague de publications aura lieu pour les projets reçus jusqu’en mars 2018, dont les textes complets seront remis d’ici à la mi-juillet 2018.
Les articles paraîtront dans leur langue originale. Les propositions non rédigées en français doivent être accompagnés d’une traduction française ou anglaise.
Voir les règles de publication ici : www.sens-public.org/article477.html .
Contact : Michèle Narvaez-Goldstein : michele-narvaez@wanadoo.fr ;
Gérard Wormser : gwormser@sens-public.org
Téléchargez le PDF de l’appel: Appel égalité éducation 26 octobre 2017_
2 Paris, du 10 au 12 novembre 2017 https://www.entrevues.org/actualites/27e-salon-de-revue-dores-deja/
4 Revue XIX, 2017 http://periodicos.unb.br/index.php/revistaXIX/article/view/26854 « Les Semeuses », http://periodicos.unb.br/index.php/revistaXIX/article/view/26855/0 « As Semeadoras »,
5 Cf : Anna Durnova http://sens-public.org/article96.html?lang=fr dans notre dossier fondateur.
6Â http://www.lefigaro.fr/livres/2007/02/01/03005-20070201ARTFIG90232-une_femme_des_lumieres_sort_de_l_ombre.php
7Â Rochefort, Fl.orence, in CLIO, 5/1997 https://clio.revues.org/423.
Sur De Manassein, M. (dir), De l’Égalité des Sexes, CNDP, 1995.
8Â http://www.haut-conseil-egalite.gouv.fr/stereotypes-et-roles-sociaux/travaux-du-hcefh/article/rapport-formation-a-l-egalite
10Â http://www.lemonde.fr/campus/article/2017/09/21/les-etudes-sur-le-genre-ont-gagne-en-legitimite_5188904_4401467.html
11 Duru-Bellat, Marie, La Tyrannie du Genre, Presses de Sciences-Po, 2017.
Appel à communication pour le Colloque International interdisciplinaire : La créativité des territoires, enjeu des formations durables ?
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Sétif, 5-6 novembre 2017
!! Appel à communication urgent (clôture le 22 mai) !!
Un  paysage  porte  l’empreinte  de  savoirs  culturels  et techniques  séculaires  en  amont  des avancées  technologiques  récentes.  Ces  avancées restent dans les formations supérieures longues, trop souvent enseignées sans pensée de l’environnement ni perspective globale de la collectivité. Pourtant, la connaissance du  terrain  est  indispensable  aux  études  relatives  à  la gouvernance  et à  la  gestion territoriale,  dans  une  relation  étroite  à  la  géographie,  à l’histoire, mais  aussi  à  la culture de ses habitants et à l’imaginaire social porté par eux. confronté  à   la   diversité territoriale,   dans   un   contexte   de   restructuration   des opérateurs économiques,  qui  peuvent se  délocaliser  très  rapidement.  Cette  situation inédite conduit pour exemple au Maghreb, à un chômage élevé des cadres, dans une situation  paradoxale  qui  crée de  la  défiance  politique  et peut  fracasser,  à  terme,  les structures  démocratiques d’enseignement  qui  œuvrent  pour  une ouverture  sociétale.
Pour  y  pallier,  les  apprentissages  de  terrain  doivent  être  développés  au  même  titre que  la recherche,  dans  des  modalités  épistémologiques  et  éthiques  attentives  à l’évolution  des métiers.  Ces  évolutions  appropriées  doivent  s’effectuer  dans  une relation  attentive  aux apports des  sciences  humaines,  en  écoute  du  terrain  et  de  la créativité  sociale.  C’est  dans la  diversité des  territoires  que  les  innovations  sont qualifiées   dans   une   logique   d’usage  prospective,  au-delà   du   court   terme   des inventions.  Les  combinaisons  les  plus  réussies de  la  coopération sont  celles  où différents  acteurs  du  terrain  peuvent  susciter  et  stimuler  un « vivre  ensemble » de leurs savoirs, leurs savoirs faire et leur créativité. Au-delà   des   compétences sectorielles   liées à l’innovation, dont l’enseignement supérieur est traditionnellement dépositaire, l’université a donc besoin de comprendre et d’enseigner des savoirs culturels et sociaux et reconsidérer les apports des  disciplines  connexes  (géographie,  histoire,  sociologie, anthropologie mais aussi littérature et arts) dans leurs multiples expressions de lien (oralités, écritures, images &  sons). Les  sciences  humaines œuvrent en  effet  en  interdiscipline  et permettent, dans  une  relation  à la  globalité  des  perceptions  humaines, de  construire le présent dans une pensée durable.
Ces  mutations  ont  peu  été  prises  en  compte  dans  les  enseignements  universitaires technologiques,  qui  doivent  à  l’avenir,  sous  peine  de  conduire  les  étudiants  au chômage, de penser l’humain et le paysage comme des ressources inventives corrélées, dans leurs expressions  et  la  résistance  de  leurs  savoirs  de  vie.  De  fait,  et particulièrement  dans  les territoires cloisonnés, tant par leur géographie  physique que par leur organisation socio administrative, l’attention doit être accordée aux ressources locales et à la collaboration entre les acteurs.
Les axes privilégiés de ce colloque interdisciplinaire sont :
Axe 1 : l’université et les territoires, expériences et enseignements croisés.
Axe 2 : place et enjeux des sciences humaines dans les formations professionnelles.
Axe 3 : outils innovants et potentialités créatives du développement universitaire.
Axe 4 : aménagement du territoire, environnement et recherche collaborative.
Calendrier de l’appel à communications :Â
Les propositions de communication1, accompagnées d’un résumé d’une page (2500 signes) et d’un bref CV, sont à adresser par mail à : sylvie.dallet@uvsq.fr et oussama.kharchi@univ-setif.dz, ainsi que déposées sur le site Internet dédié au colloque http://www.univ-setif.dz/OCS/CTEFD avant le 22 mai 2017
 Les réponses aux propositions seront envoyées au plus tard, le 15 juin 2017.
Les textes complets des communications retenues doivent être transmis au plus tard le 7 septembre 2017 sur des modalités précisées sur le site internet dédié.
Télécharger le PDF de l’appel : Appel à com la créativité des territoires UFAS1 v3
Colloque « La photographie au théâtre »
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La photographie au théâtre
écrits théoriques, oeuvres dramatiques, spectacles, programmations théâtralesÂ
XIXe-XXIe sièclesÂ
Colloque international 23, 24, 25 novembre 2017 à l’INHA Paris
Organisé par BRIGITTE JOINNAULT (Université Côte d’Azur/UMR THALIM/Arias)
Partenariats : UMR THALIM (Sorbonne Nouvelle/CNRS/ENS) ; CRILCQ – Université de Montréal ; PRint – UQAM ; CTEL – Université Côte d’Azur, autres partenariats en cours.
Télécharger l’appel : appel_photographie_theatre_fevrier17
L’objet de ce colloque est d’interroger la manière dont, de la fin du 19e siècle à nos jours, notre rapport au fait photographique (ses images, ses objets, ses techniques, ses procédés, ses praticiens et ses usagers) est mis en jeu dans les pratiques théâtrales (textes dramatiques, spectacles et programmations) et dans les écrits sur le théâtre. Comment ce rapport devient-il source d’inventions et de réflexions pour le théâtre, objet privilégié pour questionner aussi bien l’être humain dans sa présence à soi, à l’autre et au monde que le geste théâtral lui-même ? Quelles conceptions et/ou quelles représentations de la photographie les artistes et les théoriciens adoptent-ils ou forgent-ils lorsqu’ils s’en servent pour questionner le théâtre ? Dans quelles mesures le théâtre peut-il être, à l’instar de la littérature, considéré comme un « observatoire » ou comme un « laboratoire » de la photographie et de ses mutations ?
L’ouverture historique et géographique de ce colloque est volontairement large car dès ses origines et à chaque grand tournant de son histoire la photographie a exercé sur les praticiens et les théoriciens du théâtre une influence esthétique profonde, que celle-ci s’offre visiblement dans les écrits et dans les oeuvres (comme cela s’observe depuis l’entrée dans l’ère du numérique et des technologies mobiles, en particulier dans les écritures anglophones et d’Amérique du Nord) ou que son travail demeure plus imperceptible (aussi bien aux premières heures de la photographie, que dans des oeuvres actuelles où l’invisibilité de la photographie dans l’écriture dramatique d’un auteur va parfois de pair avec une présence beaucoup plus manifeste dans son écriture romanesque).
La photographie sera considérée aussi bien dans ses fonctions documentaires que fictionnelles, dans ses pratiques artistiques qu’extra-artistiques, dans ses procédés et ses technologies que dans ses usages et ses réceptions. Nous nous intéresserons à la matérialité, au vocabulaire, aux discours qui constituent ses réalités ainsi qu’aux représentations imaginaires, aux mythologies et aux pouvoirs fantasmés qui lui sont associés et que le théâtre peut manifester ou contribuer à entretenir et à forger.
Cinq axes de réflexion sont envisagésÂ
1) Quels rôles dramaturgiques les objets (appareils, bacs, pellicules, négatifs, clichés, logiciels, albums, fichiers), les gestes et les actes (cadrage, pose, prise de vue, développement, révélation, montage, traitement numérique), les lieux (chambre noire, cabine de photomaton, studio, galerie, écran, disque dur) de la photographie, ses acteurs (photographes, photographiés, utilisateurs), ses modes de production et de réception jouent-ils dans les textes et sur les scènes ? Comment le théâtre met-il en scène des manières, plus ou moins réalistes, plus ou moins critiques, plus ou moins inattendues, d’appréhender le médium photographique, ses pouvoirs et ses effets ?
2) Comment l’existence et les modalités de la photographie nourrissent-elles l’imaginaire des praticiens du théâtre, les influencent-elles, les amènent-elles à se questionner, leurs servent-elles de modèles ou de contre-modèles ? Comment participent-elles aux mutations des pratiques théâtrales, aussi bien dans les démarches de création et dans les lieux de transmission (on pourra notamment questionner l’usage des photographies dans les formations en arts du spectacle) que dans les esthétiques dramatiques et scéniques ? Comment ses techniques de révélation, ses fonctions de conservation, les effets d’attestation que ses images peuvent produire affectent-ils un art fait lui-même de scènes de reconnaissance, de dévoilement, de stratégies de révélation brutales ou progressives, de structures fondées sur la reviviscence, de convocations mémorielles ? Quels rôles l’apparition et le développement du médium photographique ont-ils pu exercer dans les évolutions historiques du théâtre moderne et contemporain ?
3) Comment, par le biais de faits et de métaphores photographiques (notamment celle de la chambre de l’imagination), les auteurs, les metteurs en scène et les scénographes interrogent-ils les interactions entre l’image et le verbe, entre le visuel et le sonore, et proposent-ils des expérimentations concrètes des phénomènes de mémoire, de rêve et de perception ? Comment la mise en jeu de l’expérience photographique, de sa possibilité ou de son impossibilité, sert-elle au théâtre à expérimenter sa propre capacité à produire un questionnement sensible sur l’humain, ses capacités de présence et d’écoute, son appréhension de la mort, de la disparition, ses rêves de résurrection ?
4) Quelles sont les motivations des programmateurs de théâtre lorsqu’ils invitent l’art photographique dans les lieux voués à la programmation théâtrale ? Que proposent alors les photographes et commissaires d’exposition invités aux publics des saisons ou des festivals de théâtre ? Observe-t-on une contamination mutuelle du théâtre et de la photographie ? Les rencontres effectives entre les pratiques et les spectateurs produisent-elles des troubles, des hybridations, des décentrements ?
5) Comment les écrits sur l’art, et sur la scène théâtrale en particulier, envisagent-ils les liens entre des pratiques scéniques ou performatives éphémères et des pratiques qui produisent des objets qui peuvent avoir vocation à être conservés et reproduits, comment se servent-ils des propriétés des pratiques photographiques, de ses gestes et de son histoire, pour penser ceux de la scène ou réciproquement ? Pourront également être questionnés dans ce cadre, d’un point de vue théorique et méthodologique, les effets des usages illustratifs de la photographie dans les pratiques historiographiques.
Ce colloque s’inscrit dans la continuité d’un programme de recherche initié en 2011 sur les formes de présences de la photographie dans les écritures théâtrales (FoPPhET), et se propose, tenant compte de l’intérêt pour les relations théâtre et photographie manifesté dans des travaux récents, de fédérer des chercheurs déjà engagés dans ce questionnement mais aussi de susciter de nouveaux travaux dans un esprit transdisciplinaire (études théâtrales, études photographiques, philosophie et histoire de l’art, intermédialité).
MODALITES DE SOUMISSION DES PROPOSITIONSÂ
Les propositions de communication comprenant un titre, un résumé de 500 mots, une notice bibliographique et les coordonnées de l’auteur sont à envoyer d’ici le 31 mars 2017 dans un unique fichier identifiable par le nom de l’auteur à : colloque.photo.theatre@gmail.com.Â
Les participants sélectionnés par le comité scientifique seront contactés par courriel au plus tard le 31 mai 2017.
COMITE SCIENTIFIQUEÂ
Didier Aubert (Univ. Sorbonne Nouvelle – Paris 3/ THALIM)
Anne-Françoise Benhamou (ENS/Univ. PSL/THALIM)
Mildred Galland-Szymkowiak (CNRS/THALIM)
Brigitte Joinnault (Univ. Côte d’Azur/CTEL (EA 6307)/ THALIM)
Jean-Marc Larrue (Univ de Montréal/CRILQC/CRIalt)
Marie-Christine Lesage (Univ. du Québec à Montréal/PRint, Pratiques Interartistiques, École supérieure de théâtre)
Servanne Monjour (Univ. de Montréal/ Théolinum, CRC sur les écritures numériques)
Magali Nachtergael (Univ. de Paris 13/Pléiade (EA 7338))
Julie Noirot (Univ. Lyon 2/Passages XX-XXI (EA 4160))
Julie Sermon (Univ. Lyon 2/Passages XX-XXI (EA 4160))
L’ontologie du numérique. Entre mimésis et réalité (CFP)
Appels à contribution, Culture numérique.commentaires fermé
Dossier Sens public (sens-public.org)
sous la direction de Servanne Monjour, Matteo Treleani et Marcello Vitali-Rosati
Dans sa longue notice (auto)biographique publiée sur Le Tiers livre, François Bon prédit en ces termes la fin de sa vie et l’aboutissement de son Å“uvre :
Évolution progressive et définitive du site Tiers Livre en arborescence d’oeuvre transmedia et préparation d’un verre sphérique inaltérable et indestructible incluant la totalité de cette oeuvre unique.
Déclare dans son dernier billet de blog : “J’aurais pu faire ma vie autrement, mais je n’y avais pas pensé avantâ€. Cependant, la révélation que l’auteur habitait depuis de nombreuses années dans son site Internet provoque un certain émoi et beaucoup de sensation et d’interrogation dans le monde numérique et littéraire.
Non sans humour, l’écrivain souligne la fusion qui s’opère aujourd’hui entre les espaces numérique et non numérique, ou du moins le brouillage constant des frontières entre ce qui relève traditionnellement du « réel » et de l’« imaginaire ». En vérité, ce brouillage n’a rien d’inédit, aussi dirons-nous que le numérique permet de réinvestir certaines problématiques ontologiques qui ont traversé l’histoire de la pensée – en y ajoutant au passage ses propres paradoxes.
D’un côté en effet, la notion de représentation a été largement utilisée pour analyser l’effet de nos écrans numériques, bien que l’on puisse regretter l’aspect restrictif d’une telle approche qui, essentiellement concentrée sur la dimension visuelle des médias numériques, occulte tout ce qui se trouve du côté des pratiques – l’analyse du concept d’interface, proposée par Alexander Galloway permet d’ailleurs d’y remédier (Galloway, 2012). D’un autre côté, le terme « réalité » (augmentée ou virtuelle) n’a cessé d’être convoqué afin de définir le statut des mondes numériques – l’adjectif « virtuel » ayant alors pour fonction d’affirmer une progressive perte de la matérialité du rapport avec l’espace dit réel (Serres 1994, Koepsell 2000, Virilio 1996). Aujourd’hui enfin, de plus en plus de chercheurs s’accordent à dire que nous vivons dans un espace hybride (Beaude 2012, Vitali-Rosati, 2012, Floridi 2014), où les distinctions entre réel et numérique n’ont plus de sens…
Dans ce contexte, les narrations transmédia s’emploient elles aussi à repousser les frontières entre mondes fictionnels et monde(s) réel(s), en s’appuyant notamment l’engagement des spectateurs (Jenkins, 2008). Les produits en réalité augmentée mélangent désormais la vision du monde qui nous entoure avec des éléments ludiques ou issus de la fiction. Le statut de ces nouvelles narrations est complexe : comment qualifier les tweets de Clara Beaudoux dans son Madeleine project, ou ceux de Guillaume Vissac dans Accident de personne ? Comment décrire le projet tentaculaire qui se construit depuis près de 20 ans autour du Général Instin, investissant l’espace web autant que l’espace urbain ? S’agit-il d’écriture documentaire, journalistique ou fictive ? Cette question est-elle encore seulement pertinente ? Quel est le statut de produits comme le jeu Pokemon Go ou les Street view trek proposés par Google ?
Si le brouillage des frontières ontologiques est devenu un caractère constitutif du numérique, il n’en soulève pas moins de nombreuses questions : peut-on véritablement déclarer que les notions de représentation, de réel, ou de virtuel sont définitivement périmées ? Ou faudrait-il, au contraire, réaffirmer leur intérêt et leur pertinence, du moins d’un point de vue heuristique ? Peut-on parler d’une problématique « ontologique » dans la culture numérique ou s’agit-il d’une querelle de mots ?
Ce dossier se conçoit comme un champ d’exploration de ces problématiques, dans une perspective résolument interdisciplinaire, accueillant tout autant la philosophie, l’esthétique, les études littéraires, la sémiologie, la sociologie ou les sciences de l’information et de la communication. Des arts numériques à la littérature hypermédiatique, en passant par les web documentaires et les jeux vidéo, de nombreux domaines permettent en effet d’investiguer ces dichotomies apparemment périlleuses entre représentation et réalité, réel et imaginaire, fiction et documentaire… Parmi les sujets traités, pourront notamment figurer (à titre indicatif) :
-   le rapport entre espace numérique et espace non numérique
-   les récits de soi
-   les créations en réalité virtuelle
-   la réalité augmentée
-   les interactions entre jeux vidéos et monde réel
-   le rôle documentaire des produits numériques (web documentaires, web-séries…)
-   les récits transmédia et l’engagement des publics
-   l’emploi du web sémantique ou des objets à des fins créatives
-   l’actualité du concept de mimesis
-   les enjeux du concept de vérité à l’époque du numérique
Les textes, compris entre 35 000 à 60 000 signes (illustrations bienvenues), doivent être adressés à la rédaction de Sens public (redaction@sens-public.org).
 CALENDRIER :
-Â Â Â 1er juillet : remise des textes
-   31 août : avis d’acceptation
-Â Â Â 1er octobre : publication du dossier
BIBLIOGRAPHIEÂ :
Aristote, Poétique, Paris, Le Livre de Poche, 1990.
Auerbach, Erich, Mimésis : la représentation de la réalité dans la littérature occidentale, Paris, Gallimard, 1977.
Beaude, Boris, Internet. Changer l’espace, changer la société, Limoges, FYP éditions, 2012.
Bolter, Jay-David & Richard Grusin, Remediation. Understanding New Media, Cambridge, Mass., MIT Press, 1999.
Bon, François, Après le livre, Paris, Seuil, 2011.
Bunia, Remigius, « Diegesis and Representation: Beyond the Fictional World, on the Margins of Story and Narrative ». Poetics Today 31, no 4 (1 décembre 2010), p. 679‑720.
Cassou-Nogues, Pierre, Mon zombie et moi. La philosophie comme fiction, Paris, Seuil, 2010.
Floridi, Luciano, The 4th revolution: how the infosphere is reshaping human reality, New York, Oxford, Oxford University Press, 2014.
Fourmentraux, Jean-Paul (dir.), Digital Stories. Art, design et culture transmédia, Paris, Hermann, 2016.
Galloway, Alexander R., The Interface Effect. Cambridge,UK ; Malden MA, Polity, 2012.
Jenkins, Henry, Convergence Culture: Where Old and New Media Collide, New York, NYU Press, 2008.
Koepsell, David R., The Ontology of Cyberspace: Philosophy, Law, and the Future of Intellectual Property, Chicago, Il, Open Court Publishing, 2003.
Larsonneur, Claire, Arnaud Regnauld, Pierre Cassou-Nogues, Sara Touiza, Le sujet digital, Dijo, Presses du réel, 2015.
Lavocat, François, Fait et fiction: pour une frontière, Paris, Seuil, 2016.
Lévy, Pierre, Qu’est-ce que le virtuel ?, Paris, La découverte, 1998.
Manovich, Lev, The Language of New Media, Cambridge, Mass., MIT Press, 2001.
Monjour, Servanne, Marcello Vitali-Rosati et Gérard Wormser, « Le fait littéraire au temps du numérique. Pour une ontologie de l’imaginaire », Sens Public, décembre 2016.
Orlando, Francesco, Les objets désuets dans l’imagination littéraire, Paris, Classiques Garnier, 2013.
Platon, La République, Paris, Flammarion, 2002.
Rodionoff, Anolga, Les territoires saisis par le virtuel, Rennes, PUR, 2012.
Ruffel, Lionel, Brouhaha, les mondes du contemporain, Lagrasse, Verdier, 2016.
Serres, Michel, Atlas. le Grand livre du mois, Paris, Flammarion, 1994.
Sartre, Jean-Paul, L’imaginaire, Paris, Gallimard, 1940.
Vitali-Rosati, Marcello, « What Is Editorialization ? » Sens Public, 4 janvier 2016.
Virilio, Paul, Cybermonde, la politique du pire, Paris, Textuel, 2010.
Vial, Stéphane, L’être et l’écran, Paris, PUF, 2013.
La guerre en Ukraine : les enjeux stratégiques, diplomatiques et humanitaires.Â
Colloques, Conférences.commentaires fermé
Conférence-débat
co-organisée par la Section de russe et d’ukrainien de l’université Lyon 2 et l’Association Lyon–Ukraine
1 mars, 18h 30 – 20h 30
Lieu : Grand Amphithéâtre de l’université Lyon 2, Campus Berges du Rhône
18, quai Claude Bernard Lyon 69007
Public : inscription gratuite mais obligatoire :
https://goo.gl/forms/cOCR9yoEGa5wBWGo1
Trois ans après la révolution de Maïdan, l’Ukraine traverse une grave période dans son histoire, marquée par le conflit diplomatique et militaire avec la Russie, la perte de la Crimée, la proclamation des républiques séparatistes de Louhansk et de Donetsk déclenchant la guerre dans le Donbass. Entre mi-avril 2014 et fin juillet 2016, le Haut-Commissariat des Nations Unies aux droits de l’homme a recensé 31 690 victimes (9 553 morts et 22 137 blessés) et 1,6 million de personnes déplacées ayant fui la zone de conflit.
Au moment où la guerre continue en Ukraine, malgré la signature des accords de Minsk en février 2015, cette conférence-débat propose de décrypter la situation dans le pays et les répercussions de ce conflit pour la communauté internationale à travers les interventions croisées de chercheurs, écrivains, journalistes et représentants d’une association humanitaire.
Ouvert à tous, cet événement s’inscrit dans la continuité de la réflexion sur l’Ukraine contemporaine, entamée à Lyon lors du colloque « L’espace politique ukrainien : conflits et recompositions »[1], co-organisé par l’université Lyon 2, qui s’est tenu à l’ENS de Lyon le 26 et le 27 juin 2014, et poursuivie avec l’ouvrage collectif « Penser l’Ukraine après Maïdan », publié à la suite de ce colloque, en 2015, par l’éditeur indépendant Sens Public[2].
Avec :
Galia Ackerman, écrivaine, historienne, journaliste et traductrice franco-russe, présidente du Forum européen pour l’Ukraine.
Antoine Arjakovsky, historien, directeur de recherche au Collège des Bernardins, auteur de
« Russie/Ukraine : de la guerre à la paix ? », Éditions Parole et Silence, 2014.
Laurent Chamontin (sous réserve), écrivain, spécialiste du monde russe, auteur de « L’empire sans limites – pouvoir et société dans le monde russe », Éditions de l’Aube, 2014 et« Ukraine et Russie : pour comprendre – retour de Marioupol » (publication par chapitre sur www.diploweb.com – 2016).
Patrick Verbruggen, codirecteur de l’ONG lyonnaise Triangle Génération Humanitaire.
Conférence-débat animé par :Christophe Garach, journaliste spécialisé en politique européenne, lauréat du 1er prix Louise-Weiss du journalisme européen de 2005.
Contacts :v.dymytrova@univ-lyon2.fr et lyonukraine@gmail.com
[2]https://ukraine2014. sciencesconf.org/
[3]http://edition.sens-public.org/spip.php?article17
AFFICHE :Â Affiche-Guerre-Ukraine-1
Invitation : « Le revenu universel, un nouveau rapport social » (colloque)
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INVITATION
Jean DESESSARD, Sénateur de Paris, Président du Groupe écologiste du Sénat et la Revue Multitudes ont le plaisir de vous inviter au colloque :
« LE REVENU UNIVERSEL, UN NOUVEAU RAPPORT SOCIAL »
Mercredi 8 février 2017, de 9h30 à 18h30 Salle Monnerville – Palais du Luxembourg – 26 rue de Vaugirard – 75006 Paris
Inscription gratuite et obligatoire avant le 3 février 2017 à colloque.revenuuniversel.senat@gmail.com
Accueil des participant-e-s à partir de 9h00
Programme
9h30-9h45 Introduction Jean DESESSARD, Sénateur de Paris, Président du Groupe écologiste du Sénat
9H45-12h00 Les fondamentaux
Modératrice : Nathalie BLANC
Yann MOULIER BOUTANG
Antoine CASILLI
Sandra LAUGIER
Yves CITTON
Débat avec l’auditoire - Daniel PERCHERON
12h30-13h30 : Cocktail déjeunatoire Salle René Coty
13h30-16H30 : Les modalitésÂ
Modératrice : Michèle COLLIN
Carlo VERCELLONE
Virginie DULEU
Ariel KYROU
Benoît HAMON
Jean-Marie MONNIER
Débat avec l’auditoire
16h30-18h30 : L’expérimentation
Modérateur: Frédéric BRUN
Gérard DOUBLET
Aurélie HAMEL et Elena HAMBÜHL
Martine ALCORTA
Débat avec l’auditoire
Télécharger l’invitation :  Invitation-Programme Colloque Revenu universel Senat 8 fevrier 2017
Programme complet : multitudes-revenu-universel-flyer-MAILING
Séminaire Sens Public/IRI : Atelier I : « Désir de profilage et profilage du désir : L’intention catégorisée » (12 mai 2016)
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Date : le jeudi 12 mai 2016, à 17h30 (à Paris) et à 11h30 (à Montréal).
Lieu :
- À Paris : Centre Georges Pompidou, Paris 4ème, dans la Salle Triangle. On accède à la salle de l’esplanade Pompidou. L’entrée se trouve à droite de l’entrée principale du centre Pompidou (à droite de la librairie).
et
- À Montréal : au CITÉ (accessible par la porte P-V-13-1 du Pavillon Roger-Gaudry) situé dans le pavillon principal (2900, boul. Édouard-Montpetit) de l’Université de Montréal.
Direct sur polemictweet
Inscriptions (entrée libre) : sur le formulaire qui se trouve en cliquant ici.
Nous vous remercions de votre intérêt pour nos événements.
Plus d’information sur le site http://seminaire.sens-public.org/
Intervenants : David Pucheu et Olivier Le Deuff
Organisation : David Pucheu et Olivier Le Deuff (Université de Bordeaux)
L’importance croissante des usagers dans les processus de catégorisation et de classification des données numériques (indexation, recommandation, évaluation) qui fonde en grande partie la valeur ajoutée (et le fonds de commerce) du web dit collaboratif ou social n’atteste pas simplement d’une volonté d’optimiser l’accessibilité à ces mêmes données : elle constitue en effet une porte ouverte sur les désirs et les intentions des individus.
La pratique du tagging par les usagers (folkosomie) trace les contours de représentations du monde propres aux individus qui en sont les acteurs : elle permet rétroactivement de catégoriser non plus les données, mais l’usager lui-même, « segmenté en profils qui se rapportent tous à « lui-même », à ses propensions, ses désirs présumés » (Rouvroy, 2013)
Ce “désir de profilage†des usagers, cette libido sciendi qui portent sur l’identité des usagers s’inscrit dans une double visée à la fois prédicative et heuristique. Elle voudrait en effet non seulement anticiper, mais également dévoiler, découvrir les désirs inavoués, inconscients des usagers.
C’est cette libido sciendi qui alimente rétroactivement le profilage de leurs désirs à des fins mercantiles sous couvert d’une stratégie qui est celle du service rendu. Si bien que la volonté d’en savoir plus sur les individus s’appuie sur une volonté de se voir qui se concrétise par le biais de réseaux sociaux et d’applications qui captent davantage de données personnelles de manière de plus en plus volontaire notamment quand il s’agit d’exposer des données issues de la quantification de soi. Cette pénétration au sein de la sphère de l’intime se poursuit sur les territoires des corps et de la sexualité qui s’exprime par l’utilisation notamment des tags sur les sites de vidéos pornographiques librement consultables. Cette indexation des désirs s’avère également déformante dans la mesure où elle véhicule des représentations au point de populariser certaines expressions comme la MILF (Mother I’d Like to Fuck). Au final, il s’agit non seulement d’un accroissement des stratégies de l’indexation des existences, mais également des mécanismes d’influence des manières de voir et de se représenter le monde par les individus qui méritent d’être interrogés. Quelles sont en effet dès lors les institutions dominantes de ce biopouvoir ?